CIDADE DO CABO – A pandemia lançou o caos sobre as economias africanas, ao comprometer o crescimento do PIB e pressionar os orçamentos governamentais. Agora, a guerra na Ucrânia ameaça piorar ainda mais as coisas, nomeadamente através da interrupção dos abastecimentos alimentares e do agravamento das pressões inflacionistas. Mas quando estes choques passarem, muitos países africanos ainda se debaterão com os efeitos das alterações climáticas – e com a incapacidade das economias avançadas de honrarem os seus compromissos para ajudar o continente a resistir.
Apesar de ter sido quem menos contribuiu para o aquecimento global, África é o continente mais vulnerável aos seus efeitos: uma realidade que se tornou impossível de ignorar, já que os eventos climáticos extremos agravam a insegurança alimentar e destroem meios de subsistência. Mas a maioria dos países africanos não dispunha do espaço fiscal necessário para investir adequadamente na adaptação, mesmo antes da pandemia. Agora, muitos estão à beira do sobreendividamento.
A acção climática foi um tema central nas recentes reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Mas, por algum motivo, a persistente incapacidade do mundo em honrar os seus compromissos de financiamento climático (a começar pelos 100 mil milhões de dólares que as economias desenvolvidas prometeram entregar aos seus homólogos em desenvolvimento, todos os anos entre 2020 e 2025) não recebeu a atenção que merecia.
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