A utilização de relações comerciais e de investimento pela China, para expandir a sua influência em África, está a alimentar uma apreensão crescente em algumas capitais europeias. Mas, em vez de queixar-se das actividades da China, a União Europeia (EU) deveria aprofundar o seu envolvimento com o continente.
NOS ÚLTIMOS ANOS, a EU tem procurado assegurar, de forma activa, novas oportunidades comerciais e de investimento em todo o mundo. Em Julho de 2018, a UE estava envolvida em negociações para 21 acordos de livre-comércio. Incluem-se aqui as conversações iniciadas nos sete últimos anos com seis países da ASEAN – Indonésia, Filipinas, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname – que poderão preparar o caminho para um acordo futuro com toda a região.
A UE também encetou conversações com a Nova Zelândia e com a Austrália, e concluiu recentemente acordos abrangentes de livre-comércio com a Arménia, Canadá, Japão e o Vietname, além de um acordo autónomo de investimento com a China. Mas e quanto à África? O comércio do continente com a UE já é muito importante: conjuntamente, os países africanos são o terceiro parceiro comercial da UE, a seguir aos Estados Unidos e à China, e são responsáveis por perto de 7% do comércio extracomunitário total de mercadorias, nomeadamente por 7% das importações e 8% das exportações. E embora a UE tenha apresentado um défice comercial persistente com África, entre 2000 e 2014 registou um superávite de 22 mil milhões de euros (25,5 mil milhões de dólares) em 2015 e um superávite de 22,7 mil milhões de euros, em 2016.
O comércio entre a UE e a África é, por exemplo, três vezes superior ao comércio com o Canadá, que ascendeu a 94,7 mil milhões de euros em 2016. Com o Acordo Abrangente em matéria de economia e comércio, espera-se que o comércio anual entre a UE e o Canadá aumente pelo menos 8%, ou perto de 12 mil milhões de euros. Mas isso só equivale a metade do volume comercial entre a UE e o Egipto.
Africa21 Magazine (Angola)
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